O tema saúde da mulher envolve uma gama de aspectos diferenciados. Além da gestação e da maternidade, é preciso falar sobre conhecer o próprio corpo. Também das mudanças que acontecem ao longo da vida e de fatores psicológicos e emocionais que influenciam a qualidade de vida e o bem-estar.
As políticas nacionais que já existem contribuem de forma significativa para ampliar os cuidados com a saúde das mulheres. Além disso, campanhas como o Outubro Rosa favorecem a conscientização da sociedade. Mas é importante ir mais além e fazer com que o cuidado com a saúde da mulher seja contínuo.
Ela precisa ser protagonista dessa história e saber como se cuidar de uma forma completa. É justamente isso o que você verá neste artigo. Continue lendo e confira os cuidados necessários para garantir saúde para a população feminina.
A saúde da mulher brasileira
De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo IBGE, quase 70% das pessoas que utilizam o SUS (Sistema Único de Saúde) são mulheres. Isso mostra que a população feminina tem se preocupado em cuidar da sua própria saúde.
Gradativamente, o Brasil avança nesse sentido. Afinal, no início do século XX a atenção à saúde da mulher era voltada apenas para a gestação e o parto. Mas em 1983 esse cenário começou a mudar com a criação do PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher).
Contudo, os cuidados oferecidos ainda não faziam jus ao título “integral”. Isso porque a assistência continuava sendo, principalmente, materno-infantil. Mas em 2004 um novo avanço foi alcançado com a PNAISM (Política Nacional de Assistência Integral à Saúde da Mulher).
As mulheres começaram a receber uma atenção completa, com foco em todas as suas necessidades. A política envolve aspectos como:
- planejamento familiar;
- obstetrícia humanizada;
- prevenção do câncer de mama e de colo do útero;
- prevenção às doenças sexualmente transmissíveis.
Foi ofertado um cuidado maior em relação à saúde física e à saúde mental em aspectos como aborto, climatério e as mudanças na puberdade. Essa atenção se estendeu para grupos que antes eram negligenciados, como:
- trabalhadoras rurais;
- mulheres negras;
- indígenas;
- presidiárias;
- lésbicas;
- profissionais do sexo.
Hoje, existem programas federais, estaduais e municipais voltados para a saúde da mulher. Eles oferecem atenções específicas. Assim, elas conseguem acesso a diferentes tipos de assistência para prevenir e tratar doenças e problemas que comprometem o bem-estar e a qualidade de vida.
Os principais cuidados para a saúde da mulher
Para cuidar das mulheres de uma forma completa é preciso dar atenção à sua saúde física, mental e social. Então, os cuidados e medidas devem ser focados nesses três aspectos. Educação, conscientização, prevenção e acesso a tratamentos e assistência também são indispensáveis.
A importância da prevenção
As ações voltadas para a prevenção são o melhor caminho para cuidar da saúde da mulher. Afinal, é mais eficiente evitar um problema do que adotar medidas para revertê-lo. A prevenção evita quadros clínicos complexos. Isso traz qualidade de vida para as mulheres e ajuda a promover economia no setor de saúde, evitando tratamentos de alto custo.
É fundamental que todas as mulheres tenham acesso a consultas ginecológicas e generalistas. Isso porque os exames periódicos são indispensáveis para monitorar doenças diversas e para combater o câncer de mama e de colo de útero.
A atenção ginecológica também deve ser voltada para as medidas de planejamento familiar. As mulheres precisam conhecer e ter acesso aos métodos contraceptivos, a fim de evitar as gestações não planejadas.
Mas isso não elimina a importância do cuidado com aquelas que optam pela maternidade. A assistência gestacional é indispensável para a mulher ter saúde durante essa fase. Também para que possa se preparar para o parto.
A prevenção ainda engloba as ações que educam e conscientizam as mulheres. O suporte de especialistas é fundamental para que elas entendam a importância de adotar bons hábitos e uma alimentação saudável. Ainda, para aprenderem a observar o seu próprio corpo e fazer os autoexames, como das mamas.
A atenção à saúde mental
A saúde mental das mulheres precisa de um cuidado especial. Geralmente, elas são sobrecarregadas pela jornada dupla. Essa realidade traz muitas responsabilidades e eleva os níveis de estresse. Não deixa tempo para que a mulher cuide de si mesma. Esses e outros fatores aumentam em quase duas vezes o risco de desenvolverem depressão.
Inclusive, um estudo conduzido pela Universidade da Califórnia fala sobre isso. Ele investigou o cérebro de homens e mulheres para entender os mecanismos biológicos que aumentam essa suscetibilidade. O fato é que a saúde mental feminina necessita de cuidados, principalmente em momentos mais específicos.
A assistência gestacional, por exemplo, deve ser estendida após o parto. Isso porque é muito importante que a mulher se sinta acolhida nesse momento de mudança, incertezas e inseguranças. Afinal esses e outros fatores contribuem para a depressão pós-parto.
A influência dos hábitos e do estilo de vida
Você viu que a conscientização e a educação também precisam estar presentes entre os cuidados com a saúde da mulher. Isso porque é fundamental que elas sejam alertadas acerca da influência dos seus próprios hábitos e do estilo de vida em sua saúde física e mental.
Devem ser aconselhadas, por exemplo, a praticar exercícios regularmente para combater o sedentarismo e equilibrar o organismo. Aliás, a atividade física ajuda na regulação de hormônios, minimizando os sintomas da TPM e da menopausa. Também ajuda a combater o estresse, a ansiedade e a depressão.
Além da necessidade de manter uma alimentação saudável, o cuidado deve se estender, ainda, para a eliminação de hábitos nocivos. São exemplos o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas.
A importância de conhecer o próprio corpo
Ainda hoje, no século XXI, o corpo da mulher é tratado como um tabu. As pessoas se sentem constrangidas de falar sobre esse assunto e temas como menstruação, menopausa e sexualidade. Mas aspectos culturais como esse fazem com que muitas mulheres não conheçam o seu próprio corpo.
Em função disso, há uma dificuldade maior para que elas possam monitorar a sua saúde. Afinal, não conhecer o próprio corpo impede a identificação de sinais e sintomas característicos de doenças ou condições que precisam de atenção.
Logo, as ações de educação e conscientização precisam quebrar preconceitos. É indispensável que a mulher tenha liberdade para conhecer o seu corpo e entender como ele funciona. Isso é fundamental para que ela seja protagonista da sua própria saúde. Assim, tenha autonomia na hora de adotar cuidados consigo mesma.
O corpo da mulher e suas principais mudanças
É importante ressaltar que a saúde da mulher exige cuidados diferentes em cada fase da vida. Afinal, o corpo passa por mudanças e todas necessitam de atenção específica, como você vê a seguir.
As jovens mulheres
A puberdade é a fase em que as jovens mulheres começam a se formar. É quando inicia a produção de hormônios da vida adulta. Nesse momento, o corpo da menina passa por muitas transformações e ocorre a primeira menstruação.
Por isso, a adolescente precisa começar a se cuidar de uma forma diferente. O suporte é fundamental para minimizar dúvidas e inseguranças. Também para que a jovem se sinta amparada e entenda o seu próprio corpo. Ela precisa ver essas mudanças com naturalidade e não um motivo de vergonha.
A maternidade
Quando a mulher vivencia uma gestação, os cuidados estão voltados para a saúde dela e do bebê. A atenção é ainda maior devido às novas necessidades do organismo, além de algumas limitações que precisam ser respeitadas.
O suporte pré-natal é o básico, pois a mulher também precisa de orientações sobre:
- parto;
- amamentação;
- prática de atividades físicas;
- saúde mental; entre vários outros aspectos.
É importante a formação de uma rede de apoio para acolher a gestante. Essa atenção precisa se estender para o puerpério. Afinal, nesse momento, as mudanças no corpo e no organismo continuam acontecendo. Isso também impacta de forma significativa a saúde mental e a autoestima.
O início da menopausa
Entre os 45 e o 55 anos da mulher acontece a menopausa. Ela marca o fim da vida fértil feminina e, com isso, o organismo se transforma outra vez. Não se trata apenas de não ter mais filhos, pois a menopausa traz consigo diversos sintomas e desconfortos, como:
- ondas de calor;
- oscilações de humor;
- redução da libido;
- ganho de peso;
- ressecamento da pele;
- insônia.
É uma situação que pode trazer abalos para a qualidade de vida. Sendo assim, é essencial a mulher ter acesso a uma abordagem individualizada e humanizada. Afinal, cada uma tem necessidades diferentes e precisa de tratamento personalizado. Inclusive porque a menopausa pode contribuir para a manifestação de outras doenças, como diabetes, pressão alta e osteoporose.
O anticoncepcional e sua relação com a saúde da mulher
As pílulas anticoncepcionais são muito utilizadas pelas mulheres para evitar a gravidez não planejada. Porém, essa não é a única aplicação desse tipo de medicamento. Os hormônios contribuem para o tratamento de problemas como a síndrome do ovário policístico, a endometriose e a adenomiose.
Mas os benefícios só podem ser colhidos quando essas medicações são administradas com o acompanhamento de um especialista. Isso porque há uma grande diversidade de anticoncepcionais, com combinações e dosagens diferenciadas.
O suporte do profissional é indispensável para que seja feito um uso seguro do medicamento. Inclusive para acompanhar a adaptação da mulher, a fim de evitar possíveis riscos, como a trombose.
Síndrome de Burnout: um ponto de atenção para as mulheres
A sobrecarga e o esgotamento relacionados ao trabalho deixam as mulheres muito suscetíveis à síndrome de Burnout. Isso acontece em função da jornada dupla: cobranças no ambiente laboral e cobranças em casa, com os afazeres domésticos.
As mulheres também encontram dificuldades para construir carreira. Elas ainda recebem salários menores do que os homens, mesmo realizando atividades iguais. Com isso, precisam realizar um esforço extra para ter reconhecimento. Sem falar da pressão psicológica e do assédio que muitas sofrem.
A pressão e a falta de bem-estar no trabalho aumentam a ansiedade, o estresse e levam ao esgotamento físico e mental. Isso, por sua vez, conduz aos quadros de Burnout.
Então, para cuidar da saúde da mulher é necessário pensar em:
- rede de apoio;
- divisão de responsabilidades em casa;
- tempo livre para cuidados pessoais;
- tempo adequado de descanso;
- momentos de lazer.
Para complementar, a própria empresa deve promover uma mudança de cultura. O objetivo é garantir às mulheres o mesmo respeito, reconhecimento e espaço que os homens têm no mundo dos negócios.
Os riscos da trombose para a saúde da mulher
A trombose é um quadro clínico que se caracteriza pela formação de um coágulo sanguíneo na veia. Geralmente, ele se forma nas pernas e atrapalha a circulação sanguínea. Isso provoca dores, inchaços e algumas complicações. Afinal, o coágulo pode se movimentar e causar embolia, por exemplo, com risco de óbito.
O uso de anticoncepcionais pode contribuir para a formação da trombose, especialmente em mulheres que têm propensão para o problema. A gravidez também é um fator de risco, assim como o sedentarismo, o tabagismo, o sobrepeso e quadros de varizes.
Então, os cuidados com a saúde da mulher precisam prever o risco de trombose. Dessa forma, podem ser adotadas as medidas protetivas para que esse problema não se manifeste. A orientação para as mulheres de grupos de risco é indispensável para a prevenção eficaz.
Principais doenças que acometem as mulheres
Existem algumas doenças e condições clínicas que ocorrem de forma significativa na população feminina. Isso pode acontecer em decorrência da constituição física da mulher e dos riscos aos quais elas estão expostas. Confira a seguir alguns exemplos dessas doenças.
Infecção urinária
Ocorre quando bactérias colonizam alguma estrutura do trato urinário. É mais frequente em mulheres devido à fisiologia da região íntima delas. A anatomia favorece a migração desses microrganismos do intestino para a uretra.
HPV
O HPV é um vírus transmitido para a mulher por meio de relações sexuais. Ele é o principal causador do câncer de colo de útero. Por isso, a mulher precisa fazer o exame preventivo todos os anos, a fim de identificar a possível presença desse patógeno.
Câncer de mama
Esse é o principal tipo de câncer que afeta as mulheres. Ele fica atrás somente do câncer de pele do tipo não melanoma. Mas é possível alcançar a cura, em especial quando descoberto no princípio. Daí a importância do autoexame das mamas.
Osteoporose
Nessa doença, os ossos perdem a sua densidade e ficam mais porosos. Quando isso acontece, aumenta a suscetibilidade para fraturas. A osteoporose pode se manifestar, principalmente, durante a menopausa.
Fibromialgia
É uma das doenças causadas pelo estresse e a ansiedade. Ela é uma condição crônica que causa dores constantes pelo corpo, fadiga e ainda leva à depressão. O problema não tem cura, mas pode ser aliviado por meio de um estilo de vida saudável e da melhoria da saúde mental.
Endometriose
Cerca de 176 milhões de mulheres ao redor do mundo têm endometriose. No Brasil, são mais de 7 milhões de brasileiras com a doença. Nesse quadro clínico, o endométrio cresce para fora da cavidade uterina, causando dores intensas e limitantes que se agravam no período menstrual.
Ficou claro a importância de existir políticas de assistência ao público feminino. Mas é fundamental que a mulher seja incentivada a protagonizar o seu próprio cuidado para ter mais qualidade de vida. Que tal começar a cuidar da sua saúde agora? Acesse este completo e exclusivo com práticas importantes que podem ajudar a alcançar esse objetivo.